Luis Claudio Martins da Silva

A trajetória de lutas e sonhos

Luis Claudio Martins da Silva, 33, se tornou paraplégico com 19 anos, aprendeu que ser cadeirante não era uma fraqueza, e que é possível superar as dificuldades quando comparadas aos problemas vividos na infância.

“Quando eu era criança passei por muitas coisas, e isso me auxiliou a superar com menos dificuldade a situação” relata Luis.

Depois de um longo processo de recuperação, Claudio foi encaminhado para o Centro Social Urbano, lugar em que recebeu acompanhamento psicológico e conheceu Jorge Cardoso, fundador da Acadef (falecido em 2016), que o convidou para participar do PIC – Programa Integral de Capacitação.

Em 2004, o cadeirante conheceu a associação, a qual o incentivou voltar para escola e buscar o melhor para si. A entidade também despertou em Luís a vontade de lutar por seus direitos, onde o Acadefiano mobilizou a comunidade para a construção de acessibilidade no colégio onde estudava.

Luis também jogou basquete pela Ulbra Canoas e conseguiu ser campeão estadual pela modalidade.

Por desventuras do destino, Claudio acabou se afastando da Acadef, mas as atividades aprendidas nas oficinas do PIC foram muito importantes durante este período, pois o eterno piquelano, continuou produzindo em casa os artesanatos.

Passado este período, no ano de 2018, os caminhos da Acadef e de Martins foram cruzados novamente e ele retornou à entidade. Mas, desta vez, ingressava na instituição por um motivo diferente: para realizar o curso de auxiliar administrativo, mediado pela instituição. O cadeirante, que será incluído no mercado de trabalho, conta que voltar para onde renasceu lhe acendeu a chama que havia perdido enquanto esteve afastado.

Sonhos foram retomados e a vontade de passar a diante tudo o que recebeu desde que se tornou Pcd está próxima de se concretizar. Pois Luis quer mais, agora quer fazer faculdade, e já está avaliando se estudará Serviço Social ou Pedagogia.

A experiência de Claudio com o Programa Integral de Capacitação foi um divisor de águas em seu destino, lhe tirando de um momento conturbado, qualificando-o para uma profissão e o fazendo acreditar que seus propósitos podiam ser realizados, e Cláudio finaliza: Por mais difícil que seja a caminhada, o importante é acreditar que pode conseguir o que quiser, basta querer.